(Capítulo 02 Episódio 6) – PATAQUADAS DA IMPRESA Encontraram também uma testemunha ocular da história de Barreiras, que na inauguração do Hospital Eurico Dutra havia presenciado a visita do Presidente Eurico e seu amigo Dr. Geraldo Rocha. Nessa época, Barreiras era ligada a Barreirinhas por uma pequena balsa, chamada pelo povo de “ajojo”, a velha ponte de madeira ainda não tinha sido construída. Então Geraldo Rocha perguntou a esse dito morador, se estava satisfeito com a construção do Hospital. E o mesmo não contou tempo e respondeu:– Seu moço, sastisfeito eu tô, só num sei se consigo chegá no hospitá ainda vivo, se um dia me encotrá doente. É longe da cidade dotô. Essas pérolas encontradas ao acaso, pela determinação de Berê Brasil e Clebão, foram gravadas em fita cassete e por uma razão ou motivo desconhecido se perderam no arquivo da rádio, ou foram confiscadas por Everaldo Jorge, que mesmo com insistentes pedidos da equipe na tentativa de reviver esses momentos, nunca foi atendida. O “Salute Barreiras” era uma gravação de 60 minutos que era levada ao ar no dia do aniversário da cidade. Uma homenagem da RB aos barreirenses, quando a rádio ainda se considerava ser o arauto do povo. Hoje em dia, nada disso ou similar a isso é produzido pelas emissoras locais. Vivem da mesmice, da narrativa jornalística e da propaganda, sem qualquer ensejo de criatividade. Pois bem, a saudosa professora Presilina, foi também entrevistada e no decorrer da entrevista com a antiga professora primária, algumas outras pérolas foram reveladas. Muitos de seus ex-alunos, hoje são como a sim dizer, tanto adultos como figuras proeminentes da sociedade barreirense. Citou que um advogado muito conhecido na cidade tinha sido seu aluno e que se arrependia muito de ter tentado expulsar sua ignorância com a antiga “palmatória” (uma espécie de colher de mexer polenta), todavia, nem a palmatoria nem o estudo contribuirão muito na sua formação. Continua, por assim dizer, a mesma merda. Arrematou a velha professora. Isso tudo foi ao ar, com muito coragem tanto da equipe como da direção da emissora. Seja por isso, que essas duas fitas do programa jamais foram expostas novamente. E até entendo porque, pois a professora Presilina ao comentar que Inêz Pita a conhecidíssima historiadora de Barreiras em sua juventude era uma contumaz mentirosa. Referiu-se a ela como “culhudeira”. Não se sabe se as duas se desentenderam no decorrer da vida, fato que justificou o comentário apimentado, mas o que foi dito ficou gravado. Relatar esses fatos, sem a comprovação física das fitas cassete é complicado, todavia as pessoas que fizeram a entrevista ainda estão vivas e são até hoje testemunhas oculares desse episódio. (continua no próximo episódio) Guto de PaulaRedator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 02 Episódio 5) – PATAQUADAS DA IMPRESA Marcelo Ferraz que ainda nos dias de hoje milita em emissora de rádio, participou de muitas dessas “pataquadas”. Certa vez em entrevista com Betinho, prefeito de São Desidério, resolveu dar uma apimentada provocativa no folclórico prefeito. – Prefeito, muito bom dia! Como vai a Cuia? Ele sabia de antemão que Betinho não gostava nada que se referissem a São Desidério como “A Cuia”, devido a cidade estar edificada no fundo de um vale. Betinho, brejeiro escolado, poderia não dominar a língua portuguesa com desenvoltura, mas sabia responder ofensas na altura devida e queimou em seguida: – E Barreiras que é um Cunhão maior ainda, como vai? Marcelo engoliu em seco e mudou o teor da conversa. Para quem não conhece Barreiras ela em sua grande extensão também foi edificada no berço de um vale. A coisa acontecia mesmo assim ou assado, pois não é que um antigo locutor de rádio informou as horas dessa forma: – São exatamente seis horas e sessenta minutos, nosso programa continua com você. Muita gente desligou o rádio. Contudo, a RB 790 a antiga Rádio Barreiras, não vivia apenas de locutores de vozes possantes, tipo aqueles que anunciam os produtos da Loja Paraíba, na entrada da loja. Mantinha pessoas ilustres como Gilmar Azevedo, Gerson Carioca (antes de se levar pela manguaça), essa personagem que fez história no ambiente radiofônico de Barreiras pelo seu aprimorado gosto musical, hoje perambula pelas ruas, esquecido e escanteado. Gerson não era carioca porque desconheço alguém que nasceu do “interiorzão” de Goiás, lá pelas bandas de Ceres se dizer filho do Rio de Janeiro, todavia foi um excelente locutor. Guilherme que o diga. Quando o falecido Everaldo Jorge, ocupando o cargo de diretor da rádio, me autorizou a gravação do primeiro “Salute Barreiras”, montei a equipe de reportagem com Berê Brasil, Cleber Vieira e Gerson Carioca. Berê e Cleber, percorreram Barreiras em busca de entrevistas com personagens notáveis. Pessoas que viveram no tempo em que Barreiras dava seus primeiros passos. Gerson fazia a locução e eu editava e escrevia os textos que encabeçavam as entrevistas. Foi quando essa equipe conseguiu localizar a parteira que ajudou a trazer ao mundo o ilustríssimo doutor Eustáquio Boaventura. Ela comentou: – Menino grande, cabeçudo. Deu um trabalho danado pra gente. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 02 Episódio 4) – PATAQUADAS DA IMPRESA Na ausência da televisão e na demorada edição dos periódicos locais, o rádio era o elo entre povo e a possibilidade de informação. Lá as “pataquadas” aconteciam diariamente, pois tudo acontecia ao vivo nas edições jornalísticas. Entrevistados e entrevistadores cometiam gafes que foram para o éter, mas dificilmente foram esquecidas. O poder do rádio em Barreiras era de fato preponderante. Os políticos sabiam disso e não faziam corpo mole para participar de qualquer programa. Acredito que boa parte dessa notoriedade se deve a Gilmar Azevedo, que literalmente colocou a Rádio Barreiras, AM 790 nas ruas e ao alcance do povo. Todo esse passado de glórias e representatividades foi desmontado, paulatinamente por Juarez de Oliveira, quando por determinação de Ney Ferreira, ocupou o cargo de Diretor. Mudou literalmente a produção musical, interferiu profundamente nas matérias jornalísticas, principalmente quando políticas e afastou o povo da emissora. Lembro ainda como se fosse hoje, que esse narrador esportivo de Salvador que se intitulava jornalista, havia determinado que eu deveria conseguir para ele uma entrevista especial com o eminente juiz, Dr. Eustáquio Boaventura. Diferentemente do que hoje faz Alexandre de Morais, Dr. Eustáquio dificilmente concederia uma entrevista, principalmente para um estranho. Foi difícil convence-lo de que eu estaria presente e de certa forma coordenadoria a condução da entrevista. Juiz naquela época, só se manifestava nos autos. Com muito custo consegui que comparecesse a emissora e concedesse essa dita entrevista ao Juarez de Oliveira que buscava notoriedade jornalística. Para minha surpresa, boa parte da entrevista foi deveras interessante, não pelas perguntas de Juarez, mas pelas respostas inteligentes do eminente juiz. Certa altura de entrevista, Juarez que em sua vida só tinha entrevistado jogadores de futebol, começou a sentir que sua argumentação na condução das perguntas não revelavam a devida competência exigida do entrevistador. A coisa já estava meio sem graça e o dito cujo resolveu fazer graça. De chofre sem ninguém esperar disparou sua “pataquada” épica: – Dr. Eustáquio, cá entre nós, com foi sua primeira vez? A resposta foi tanto rápida como explosiva, coisa que deixou a estação alguns minutos fora do ar. – Sua mãe reclamou de alguma coisa? (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 02 Episódio 3) – PATAQUADAS DA IMPRESA O fazer jornalístico da época em que Ruyter Carraro mantinha seu jornal era por assim dizer uma aventura que pouquíssimas pessoas ousariam enfrentar. A equipe era formada por Berê Brasil, Marcelo Campestrini, Guto de Paula e até Osmar Mendes teve seus bons momentos no atendimento social. Cobria as festas e trazia as matérias para a edição. O fato interessante é que o jornal aceitava textos de colaboradores que recebiam um espaço para expor suas ideias e suas considerações, porem foi estabelecido limites, principalmente para não ofender os colaboradores do periódico. Não se tratava de censura explicita, mas de qualquer maneira era um claro entendimento de bloqueio. A matéria chegou e no rápido olhar com que verificamos o título, recorremos ao mestre Carraro. Ele colocou os óculos, coçou a barba e começou a ler. Para espanto geral ele começou a rir. Ria tanto que ficamos totalmente sem graça. Será que ele publicaria essa matéria? Não é que publicou e ainda deu destaque. Entendam que estávamos vivendo a década de 80, Barreiras era ainda muito provinciana, a inocência ou mesmo o pudor ainda eram fatores preponderantes para a arte jornalística. E ficamos deveras espantados quando nosso redator chefe não contou tempo em publicar essa crônica. Pasmem, pois o título da matéria era simplesmente O ORGASMO. Fazendo uma síntese do que estava escrito peço perdão a autora se por acaso esqueci de algum detalhe. O texto relatava a cobrança de uma suposta sulista que que ouvindo conversa alheia, resolve cobrar de seu marido algo inusitado que ouvira. Afinal ela se achava na condição de uma nova rica, já tinha adquirido sua caminhonete, reformado a casa nova e comprado uma chácara no Rio de Ondas. Pode se dizer que tinha tudo, menos aquilo que ouvira com total curiosidade, de outra frequentadora do salão. Ao chegar em casa e encontrar com seu esposo que acabara de chegar da fazenda e tinha estacionado sua caminhonete na ampla garagem, foi logo dizendo: – Quero um orgasmo! E tem que ser logo, minhas amigas já possuem. Só eu que fiquei para traz. O marido surpreso, sem entender que diabos era um orgasmo, foi tratando de acalmar a esposa e ganhar tempo para se informar do que realmente isso se tratava. O desenrolar dessa estória hilária perdeu-se no tempo, a autora ainda escreve críticas apimentadas, que hoje devido a essa nova ordem de valores não causa o efeito que na época causou. Era um jornal sisudo, compenetrado e orientado para fazer matérias serias e muito técnicas. Beatriz Lima Peres quebrou essa sistemática e a matéria foi considerada um verdadeiro sucesso. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
POLÍTICA EM CAPÍTULOS
(Capítulo 02 Episódio 2) – PATAQUADAS DA IMPRESA Onde hoje se encontra a “Praça de Alimentação”, Ruyter Carraro, editor e proprietário do “Jornal do Oeste” encontrou-se com Paulo Braga e propôs a ele uma reportagem nas páginas centrais. Paulo educado como sempre aceitou e então confabularam sobre como a reportagem seria editada. Ruyter era surdo de um dos ouvidos e sempre que entrevistava alguém colocava a mão no ombro do entrevistado para melhor aproximação. Sempre pensei que fosse pelo fato de ter dificuldades em ouvir. Não era isso. Terminada a conversa, Ruyter disse a Paulo que precisa de pelo menos 50% dos valores da reportagem. Foi então que Paulo, educado e solicito como sempre declarou: – Meu amigo, eu nunca trago dinheiro vivo comigo. Político que faz isso não para de distribuir aos pedintes de sempre. Foi então que Ruyter considerou que isso era um fato que tinha razão de ser. Político com dinheiro no bolso é um saco sem fundo. Então despediu-se de Paulo e andou alguns poucos passos a frente e logo parou. – Paulo olha aqui sua carteira, ela tem dinheiro suficiente para os primeiros cinquenta por cento da reportagem. Paulo pasmo e confuso do motivo pelo qual sua carteira estava nas mãos do jornalista, ficou meio sem ação. Acabou pagando o valor solicitado. O que quase ninguém sabia é que Ruyter Carraro, fugitivo do DOICOD e torturado pelo sistema, havia fugido de sua cidade no interior do Paraná e foi morar nas ruas de São Paulo. Seu jornal em Pato Branco tinha sido empastelado. No auge de seu desespero fez amizade com um batedor de carteiras que também sobrevivia de seus golpes na cidade da garoa. Não se tratava de um batedor de carteiras qualquer, era um artista em seu ramo ilícito de atuação. Treinou Ruyter por longos meses e fez dele um excelente profissional. Bater a carteira de Paulo, foi um ato desesperado, mas aceitável desde que a devolveu. Ruyter apesar dessa passagem pelas ruas de São Paulo, era um incansável trabalhador que procurou conduzir sua carreira jornalística com considerável competência. Chegou a ministrar aulas de filosofia no Colégio Antares, aquele mesmo que deixou a ver navios um punhado de alunos. O colégio existia, tinha ótimos professores e alunos muito compenetrados. O que sequer não se imaginava é que o MEC não tinha nenhum registro dele. Mas esse assunto fica para mais tarde. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
POLÍTICA EM CAPÍTULOS
(Capítulo 02 Episódio 1) – PATAQUADAS DA IMPRESA O que antes era dado diretamente ao povo, hoje é distribuído nas redes sociais, nos blogs, nos detentores de grupos que fazem agora o papel inverso do convencimento. Político inteligente sabe que não é de bom alvitre brigar com a imprensa. Bolsonaro brigou e mesmo que tenha teimado em persistir, ainda se tornou uma luta inglória, pois em país subdesenvolvido a imprensa passa muitas vezes do quarto para o primeiro poder. E por falar em imprensa, vou relatar um fato bem interessante ocorrido em jornal local. Aconteceu após a OLVEBASA ser inaugurada e dar o primeiro grande passo para o potencial agrícola que existe hoje. Essa grande indústria não foi de fato a pioneira pois o frigorífico FRIGOMAP já explorava o potencial bovino da época. Foi então que Kincão, fotografo consagrado resolveu editar um jornal e passou a fazer toda a espécie de críticas possíveis. Elogiando seus colaboradores e deitando a lenha nos desafetos. Baltazarino era um de seus alvos preferidos. Seu saco de pancadas. A OLVEBASA havia colocado em prática o sistema de leite de soja, uma inovação que era conhecida como “leiteira mecânica”, ou coisa parecida maios ou menos similar a isso. O jornalista se apaixonou pelo projeto e na folha de capa colocou a foto de uma enorme vaca. Escrevendo abaixo que o problema da falta de leite na cidade estava resolvido. Foi então que o saudoso jornalista Ruyter Carraro, observou a foto em suas minúcias e descobriu que se travava de um boi. A dita vaca tinha um “culhão” enorme. A imprensa local, nessa época também engatinhava em sua proposta. E continua engatinhando nos dias de hoje, sem considerar o que é notícia e o que é pura narrativa. Quem sabe unir letras, construir frases e arriscar completar uma oração já é jornalista. Toma partido e sai postando as barbaridades de sempre. Não leram nem adquiriram conhecimento sobre sua função, mas querem ser lidos e remunerados pelo que produzem. E creiam, os políticos pagam. Remuneram aqueles que mesmo sem contribuir, por ficarem calados, presos na sua insignificância e sua costuma ausência de ética, se tornam vantajosos. Isso já acontecia antes e nada mudou nos dias de hoje. Foi assim que um dia deparamos na sala de edição com uma manchete que dizia em letras garrafais. CLÉRISTON PASSOU PARA O SUBMUNDO DOS JUSTOS. Acredito que estava se referindo ao acidente aéreo que ceifou a vida do pré-candidato a governador pelo Estado da Bahia. O autor dessa pérola era o “jornalista” Oliveira, que logo foi embora e não deixou saudades. (continua no próximo episódio) Guto de PaulaRedator da Central São Francisco de Comunicação
POLÍTICA EM CAPÍTULOS
(Capítulo 1 Episódio 10) … muitos maridos alegam nunca terem pisado seus pés, mas estão mentindo ou tendo muita inveja dos que frequentam o local com muito incidência. Queriam ou não aceitar é um local de trabalho, para quem os recebe e um local de prazer (mesmo fugaz), para os que o visitam. Preços acima da tabela não afastam os aficionados pelo sexo sem compromisso, que mais tarde produz muitos arrependimentos. Mas vamos aos fatos, como eles nesse dia aconteceram. O candidato, tomado de certa euforia, percorria o local visitando todas as mesas. Cumprimentava todas e todos. E muitos dos todos estavam de certa forma surpreendidos e alguns meio sem jeito. Em determinado momento um grupo de moças (eram moças ou um dia no passado foram), começaram a pedir por discurso. Afinal o candidato havia se comprometido que sua equipe, as conduziriam ao Fórum eleitoral para que todas fossem de fato eleitoras sacramentadas. Algo que também era inusitado, pois até então todos os candidatos que conheço ou conheci, não lembro de terem dado atenção a esse grupo de mulheres. Pois bem, o candidato com sua estatura privilegiada (aproximadamente um metro de oitenta), balançando cerca de 25 chaves na algibeira, dirigiu-se ao centro do salão e subiu no tablado onde as strips costumavam mostrar ao público a graça de terem um corpo que muitos dos frequentadores jamais observaram em sua própria mulher. Nesse momento aconteceu silencio total. Todos se concentraram em escutar o que o candidato tinha a dizer. Ao lembrar desse momento, até hoje considero que no fazer político de discurso objetivo e determinante, foi o mais curto que ouvi. Não apenas curto, mas desprovido de qualquer espécie de hipocrisia. Normalmente os candidatos em seu discurso procuram demonstrar que são melhores, mais preparados e totalmente mais detentores de conhecimento, que qualquer outro que na plateia os esteja ouvindo. Em resumo, privilegiadamente diferentes. Ninguém até então se preocupou em declarar que era igual e tão identificado com povo, que se preocuparia em falar na linguagem mais apropriada e sincera para o momento. Do alto do tablado o candidato a deputado federal disparou seu inusitado discurso: – Devido ao ambiente, serei curto e grosso. Uma coisa posso afirmar, se deputado não for, da putada sempre serei! Gritos, aplausos e assovios tomaram conta do local. E por conta do sucesso desse discurso, duas strips subiram ao tablado e realizaram seu trabalho completamente de graça. Seja para agradecer a sinceridade ou por entenderem que foram tratadas com consideração e por respeito a sua profissão. Ou seja, sem qualquer hipocrisia, uma prenuncio de que se fosse eleito, jamais esqueceria delas. (conclusão do capítulo 01) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 1 Episódio 9) A ideia era fazer com que as moças da casa noturna, em número aproximado de dozes profissionais do sexo, estivessem convencidas a acreditar no candidato e estarem dispostas de unir o útil ao agradável no decorrer de seu trabalho. (não exatamente nessa ordem). Para tanto, conhecer o candidato e suas propostas se tornava um fator determinante. Inclusive aproveitar o momento para panfletar os sanitários femininos e masculinos com o nome do candidato. Até a altura de quem usaria o sanitário foi considerada. Ou seja, para os usuários locais, cerca de um metro e sessenta e cinco, para os sulistas, certa de um metro e oitenta. No ato do alívio, o futuro eleitor estaria obrigatoriamente olhando para o adesivo com o nome do candidato. Isso reforçaria o convencimento da profissional que o atendesse e reforçasse essa ideia. Possivelmente com promessas de saliências mais picantes. Pois bem, no dia marcado o candidato e sua equipe de campanha chegaram ao Executivo Bar, mais conhecido como “quebra gaúcho” e foram recebidos com calorosa recepção por parte das moças de vida fácil. Se bem que vida fácil é só força expressão, pois encaram cada situação e cada indivíduo, que até a mãe deles rejeitaria. Se relato com tantos detalhes esse episódio é por que estava inserido nesse grupo de campanha e o que vou contar, vivi pessoalmente. De antemão já aviso que para descrever o acontecido o leitor terá que se desvencilhar de seus conceitos de pudor, pois só descrevendo literalmente o que aconteceu, sem trucar ou substituir palavras o efeito desejado acontecerá na sua forma original. Oportuno lembrar que o candidato estava promovendo uma revolução na condução de sua campanha. Tanto se deslocando para municípios vizinhos como promovendo micros discursos por toda a periferia da cidade. O discurso na época, tinha o poder de convencer ou decepcionar muita gente. Hoje se vota em quem nem abre a boca. Ou quando abre só fala besteira. Nos dias de hoje a mídia faz esse papel e leva para o povo uma imagem distorcida de seu candidato, transformando lobos em ovelhas, analfabetos em doutores, oportunistas em cidadãos comprometidos com o povo. Triste é saber que o povo tem consciência de que o que está sendo exposto na mídia eleitoral das campanhas, não corresponde a verdade. Os que estão no poder mostram suas obras e lembram de atitudes assertivas que foram produzidas no mandato. Os que estão fora do poder só fazem promessas e tentam convencer o eleitor que se fossem eleitos fariam tudo mudar. E alguns até fazem, só que para pior. Voltando ao dia dessa ilustre visita de um candidato a deputado federal em local tão inusitado… (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 1 Episódio 8) Nas estratégias de campanha política, muitas vezes acontecem coisas que só mesmo em cidade de interior são possíveis. Lembro que na campanha acirrada entre o Doutor Saulo e Antônio Henrique, um fato ficou para história e só mesmo os mais antigos lembram desse episódio, onde o coronelismo atuante dava seus últimos passos. Na boca do povo, corria a notícia que Dr. Saulo seria o novo prefeito de Barreiras e isso fez com que a oposição tomasse uma medida extrema para impedir essa vitória, que parecia ser muito provável. Na madrugada que antecedeu a eleição, uma equipe de opositores munida de pesadas correntes e cadeados, tomou a iniciativa de trancar os portões das garagens das residências de algumas lideranças apoiadoras de Dr. Saulo. Pois bem, cumprida a tarefa que impediria por algumas horas a locomoção dessas pessoas, principalmente aquelas cujo objetivo era de trazer eleitores para o centro da cidade ou para os redutos de votação, ficariam impedidas de fazer seu papel. Se isso foi determinante para a eleição de Antônio Henrique, ainda resta muita dúvida o que se sabe é que demorou muito tempo para conseguirem equipamentos para serrar as correntes ou abrir os cadeados. Essa estratégia tupiniquim, muito típica da política barreirense, possivelmente não aconteceria dos dias de hoje. Contudo é preciso lembrar que em política partidária vale tudo e alguns dos que estão correndo são descendentes dessa velha oligarquia, que muito lembra as sinistras palavras de José Dirceu: “… política não se ganha, política se toma.” Entre os fatos truculentos, também aconteceram coisas hilárias que por muitos anos permaneceram fora do foco das mídias, por serem muito melindrosas de ser contadas. Mas os tempos mudaram e as palavras chulas e os impropérios são divulgados nas redes sociais com muito constância e liberdade, que acabei tomando a decisão de relatá-la. Na campanha quase vitoriosa do candidato a deputado federal Antônio Guadagnin, que conseguiu de forma surpreendente angariar mais votos que os concedidos ao seu adversário Luiz Braga e suplantar muitos paraquedistas que corriam por fora, mas eram as figuras premiadas de sempre, ocorreu algo de muito extraordinário. O candidato foi convencido por alguns de seus assessores que uma das formas de convencimento mais assertivas, era sem dúvida o resultado do relacionamento entre homens e mulheres no convívio com a alcova. Ou seja, o que determinada mulher teria nessa concepção, poder de convencimento sobre seu parceiro pelas benéficas óbvias, que ocorreriam em um relacionamento extra conjugal. Convencido disso e sem possibilidade de usar esse conhecimento entre a sociedade organizada, a estratégia era fazer com que profissionais da noite nas casas noturnas fizessem esse papel. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 1 Episódio 7) Acredito que o ápice de seu declínio se deve a uma reportagem que fiz. Na época existia um impasse na região para saber se ACM apoiaria Paulo Braga o seu velho parceiro Balthazarino. Uma velha rixa pessoal contra a “Velha Raposa” disparou em minha mente. Encontrei a oportunidade no sentido de fazer com que ele disparasse mais uma de suas pérolas, coisa que levada ao conhecimento do governador, determinaria sua sorte política. O impasse existia, porém todos os dois eram correligionários antigos e a decisão de ACM, mesmo contra sua vontade teria que fazer essa difícil opção. Coloquei então em prática minha revanche, coisa que da qual não me orgulho, porém foi realizada de forma profissional e sendo assim não há como ficar constrangido. Procurei Paulo e disse: – Se ACM não apoiar você e optar por Balthazarino, qual seria sua posição? Paulo, macaco velho nas questões políticas, não titubeou e de forma muito lúcida disse: – Nosso líder no Oeste é ACM a escolha que fizer, seja qual for, eu aceito. Era tudo que eu queria ouvir. Procurei a “Velha Raposa” e disparei a mesma pergunta, sem tirar nem por. A resposta veio no rompante esperado. – ACM, precisa saber que se ele tem voto nessa região foi devido ao meu trabalho, aqui eu sou o líder. Sou eu que levei Antônio Carlos Magalhães ao povo. Ele sabe disso. Mesmo que essa declaração tenha um cunho verdadeiro, pois “Balta” sempre foi um correligionário fiel, a reação de ACM ao ser provocado, levou-o a apoiar Paulo Braga. Após isso o velho caudilho entrou em declínio. Seu tempo de glórias e de poder absoluto era coisa do passado. Minha rixa foi por ter passado em um concurso interno da COELBA para operar computadores e mesmo classificado, teria que pedir a benção de Balthazarino que detinha onze vagas desse concurso. Vagas políticas para atender a “pelegagem” de sempre. Isso ainda acontece nos dias de hoje. Pois bem, ele negou essa vaga e disse que já havia atendido todas. Era mentira, mas de que adiantaria saber disso, a politicagem é quem mandava. Essa vaga foi dada a minha ex-companheira que hoje já está aposentada pela empresa. Ela nem concurso precisou fazer. Anos depois, quando fiz essa entrevista simultânea com os dois possíveis candidatos que seriam apoiados por ACM, constatei que o político que não tem paciência, resiliência e humildade, um dia acaba sofrendo dos mesmos males que causou aos outros. O esquecimento. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação