(Capítulo 02 Episódio 1) – PATAQUADAS DA IMPRESA
O que antes era dado diretamente ao povo, hoje é distribuído nas redes sociais, nos blogs, nos detentores de grupos que fazem agora o papel inverso do convencimento. Político inteligente sabe que não é de bom alvitre brigar com a imprensa. Bolsonaro brigou e mesmo que tenha teimado em persistir, ainda se tornou uma luta inglória, pois em país subdesenvolvido a imprensa passa muitas vezes do quarto para o primeiro poder.
E por falar em imprensa, vou relatar um fato bem interessante ocorrido em jornal local. Aconteceu após a OLVEBASA ser inaugurada e dar o primeiro grande passo para o potencial agrícola que existe hoje. Essa grande indústria não foi de fato a pioneira pois o frigorífico FRIGOMAP já explorava o potencial bovino da época.
Foi então que Kincão, fotografo consagrado resolveu editar um jornal e passou a fazer toda a espécie de críticas possíveis. Elogiando seus colaboradores e deitando a lenha nos desafetos. Baltazarino era um de seus alvos preferidos. Seu saco de pancadas.
A OLVEBASA havia colocado em prática o sistema de leite de soja, uma inovação que era conhecida como “leiteira mecânica”, ou coisa parecida maios ou menos similar a isso. O jornalista se apaixonou pelo projeto e na folha de capa colocou a foto de uma enorme vaca. Escrevendo abaixo que o problema da falta de leite na cidade estava resolvido. Foi então que o saudoso jornalista Ruyter Carraro, observou a foto em suas minúcias e descobriu que se travava de um boi. A dita vaca tinha um “culhão” enorme.
A imprensa local, nessa época também engatinhava em sua proposta. E continua engatinhando nos dias de hoje, sem considerar o que é notícia e o que é pura narrativa. Quem sabe unir letras, construir frases e arriscar completar uma oração já é jornalista. Toma partido e sai postando as barbaridades de sempre. Não leram nem adquiriram conhecimento sobre sua função, mas querem ser lidos e remunerados pelo que produzem.
E creiam, os políticos pagam. Remuneram aqueles que mesmo sem contribuir, por ficarem calados, presos na sua insignificância e sua costuma ausência de ética, se tornam vantajosos. Isso já acontecia antes e nada mudou nos dias de hoje.
Foi assim que um dia deparamos na sala de edição com uma manchete que dizia em letras garrafais. CLÉRISTON PASSOU PARA O SUBMUNDO DOS JUSTOS. Acredito que estava se referindo ao acidente aéreo que ceifou a vida do pré-candidato a governador pelo Estado da Bahia.
O autor dessa pérola era o “jornalista” Oliveira, que logo foi embora e não deixou saudades.
(continua no próximo episódio)
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação