(Capítulo 02 Episódio 6) – PATAQUADAS DA IMPRESA
Encontraram também uma testemunha ocular da história de Barreiras, que na inauguração do Hospital Eurico Dutra havia presenciado a visita do Presidente Eurico e seu amigo Dr. Geraldo Rocha. Nessa época, Barreiras era ligada a Barreirinhas por uma pequena balsa, chamada pelo povo de “ajojo”, a velha ponte de madeira ainda não tinha sido construída. Então Geraldo Rocha perguntou a esse dito morador, se estava satisfeito com a construção do Hospital. E o mesmo não contou tempo e respondeu:
– Seu moço, sastisfeito eu tô, só num sei se consigo chegá no hospitá ainda vivo, se um dia me encotrá doente. É longe da cidade dotô.
Essas pérolas encontradas ao acaso, pela determinação de Berê Brasil e Clebão, foram gravadas em fita cassete e por uma razão ou motivo desconhecido se perderam no arquivo da rádio, ou foram confiscadas por Everaldo Jorge, que mesmo com insistentes pedidos da equipe na tentativa de reviver esses momentos, nunca foi atendida.
O “Salute Barreiras” era uma gravação de 60 minutos que era levada ao ar no dia do aniversário da cidade. Uma homenagem da RB aos barreirenses, quando a rádio ainda se considerava ser o arauto do povo. Hoje em dia, nada disso ou similar a isso é produzido pelas emissoras locais. Vivem da mesmice, da narrativa jornalística e da propaganda, sem qualquer ensejo de criatividade.
Pois bem, a saudosa professora Presilina, foi também entrevistada e no decorrer da entrevista com a antiga professora primária, algumas outras pérolas foram reveladas. Muitos de seus ex-alunos, hoje são como a sim dizer, tanto adultos como figuras proeminentes da sociedade barreirense.
Citou que um advogado muito conhecido na cidade tinha sido seu aluno e que se arrependia muito de ter tentado expulsar sua ignorância com a antiga “palmatória” (uma espécie de colher de mexer polenta), todavia, nem a palmatoria nem o estudo contribuirão muito na sua formação. Continua, por assim dizer, a mesma merda. Arrematou a velha professora.
Isso tudo foi ao ar, com muito coragem tanto da equipe como da direção da emissora. Seja por isso, que essas duas fitas do programa jamais foram expostas novamente. E até entendo porque, pois a professora Presilina ao comentar que Inêz Pita a conhecidíssima historiadora de Barreiras em sua juventude era uma contumaz mentirosa. Referiu-se a ela como “culhudeira”. Não se sabe se as duas se desentenderam no decorrer da vida, fato que justificou o comentário apimentado, mas o que foi dito ficou gravado.
Relatar esses fatos, sem a comprovação física das fitas cassete é complicado, todavia as pessoas que fizeram a entrevista ainda estão vivas e são até hoje testemunhas oculares desse episódio.
(continua no próximo episódio)
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação