(Capítulo 03 Episódio 2) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO O que acontece em Barreiras, não é muito diferente de outros municípios. Em Riachão das Neves, por exemplo, tenho acompanhado de perto a atuação de seus legisladores. Lá, por ser um município de menor porte, mas de uma pujança futura que irá surpreender o próprio Estado e a Federação, as “pataquadas” seguem seu curso com total normalidade e a devida regularidade. As câmaras cumprindo o referido Regulamento Interno, conferem anualmente Títulos de Cidadão para os munícipes que vieram de outras paragens e que se destacaram no cenário político, empresarial ou social. Existem também oferecimento de Comendas alusivas a data de emancipação do município. Coisa comum e corriqueira, mas de um efeito político relevante e surpreendente. O forasteiro se sente honrado, enfim foi lembrado pelo povo de uma terra que em sua cidade natal, possivelmente deve ter passado despercebido. Em Barreiras, município de porte considerável, devido sua população demográfica, ainda não se encontra dificuldades em homenagear pessoas que durante o decorrer de sua vida social ou profissional, atingiram determinado destaque. Porem muitas vezes sem qualquer critério lógico que possa justificar esse ato, pois visivelmente nada fizerem pelo município a não ser explorar o povo dessa terra. Chego a duvidar se no bojo da aprovação desses projetos constava a regulamentação de como e a quem deveria ser concedido essas deferências. O que vemos ocorrer a cada sessão magna é que “gregos e troianos”, “gatos e sapatos”, estão sendo homenageados. No entanto, em Riachão das Neves os componentes da Câmara concedem esses títulos aos seus próprios parentes e quando a cara de pau excede o absurdo, homenageiam seus próprios colegas da Casa Legislativa. Seja porque não encontram na cidade e no município inteiro quem mereça tal deferência. Em resumo, algumas figuras, tanto em Barreiras como em Riachão, teriam lugar cativo na “Escolinha do Professor Raimundo”, por sua postura hilária e bizarra que nada condiz com o fazer de um edil. Alguns semianalfabetos que pela vontade de um eleitorado de igual calibre lhes concederam o voto e até declaram que foi devido ao voto de protesto. Não consideraram a importância de que uma bancada de vereadores na condição de representantes diretos do povo, podem impedir os possíveis desmandos do poder executivo, quando permanecem unidos e coesos. Sem eles, o gestor fica de mãos atadas, com seu poder reduzido ao extremo. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
CONVIVENDO COM A HIPOCRISIA
Segundo Aurélio hipocrisia é um substantivo feminino, que corresponde a afetação duma virtude, dum sentimento louvável que não se tem. Também é uma impostura, fingimento, simulação, falsidade e por último uma falsa devoção. Fora as questões políticas em seus meandros de intenções a hipocrisia é praticada em quase todos os velórios, nas entregas de premiações e nos discursos elogiosos de exagerado teor emocional. Em proporções maiores ou menores a hipocrisia está quase sempre ao nosso lado e até em certos momentos, praticada por nós mesmos. Afinal são somos perfeitos. As proporções que a hipocrisia tem dominado a mídia tradicional são de certa forma, incomensuráveis. Aliada, as mentiras, as narrativas falsas, as declarações pífias a hipocrisia está tomando conta cada dia mais de nossas vidas. Até quando escutamos um: “bom dia!” e temos a leve impressão que do fundo seria: “se lasque!”. Mas não é sempre. Ainda bem, pois determinados “bom dia!”, correspondem a um sincero cumprimento afetivo. Sinal então, de que nada ainda está totalmente perdido. Basta que a gente tome uma vacina contra a hipocrisia. Que consiste em um combinado de reflexão crítica, ministrado em pequenas doses de bom senso, adicionando doses cavalares de caráter, dignidade, hombridade e de todas as virtudes indispensáveis aos seres humanos que se dizem pessoas do Bem. Mesmo assim a exemplo dessas vacinas experimentais, não nos tornaremos imunes, mas diminuiremos consideravelmente seus efeitos malignos. Tendo ainda a vantagem de recebermos inúmeras e infindáveis doses, sem qualquer contra indicação. Pela hipocrisia conveniente somos obrigados ou induzidos a aceitar as notícias mentirosas da mídia, os crápulas que querem continuar do poder, decisões sumarias de uma justiça injusta, a incompetência produtiva do Estado, as tratativas criminosas de nosso legislativo e ao crédito concedido pelos Institutos de pesquisa que, quanto mais erram, mais pretendem nos convencer. A hipocrisia é uma sombra que nos acompanha e que por vezes nos faz rir de piadas sem graça. Como disse antes, não somos perfeitos. Guto de Paula