Em primeiro momento uma aparente demonstração de lisura e integridade. Poderia ser considerado assim, caso a função primordial de um vereador seja fiscalizar, indicar, melhorar leis, apresentar projetos decentes e oportunos e procurar não se esquecer do compromisso com o eleitor.
Ao vereador não cabe à função de construir, mas sim de se ater e acompanhar as ações do Executivo. Isso só acontece com todos entendem que os poderes são de fato independentes. Não é o que acontece em Barreiras.
Aqui, antes de oito vereadores rebelarem-se, a Câmara era uma subsidiaria da Prefeitura, um simples anexo. Um braço do poder absoluto e ditatorial do gestor. Persistia a ideia e a concepção de que entre o legislativo e o executivo havia se estabelecido, uma espécie de parceria. Mas, era apenas uma subserviência, um jogo de interesses e um antro de tratativas.
A venalidade de uns e a integridade de outros. Os que atrelados ao poder por inúmeros benefícios e prioridades se submetem ainda aos devaneios do gestor, e o que chutaram o balde e se prenderam ao compromisso que prometeram ter com os interesses do povo.
Por ausência de diálogo, por evidente distanciamento e abandono exercido tanto pelo prefeito como pelo presidente da casa, os oito revoltosos tomaram uma posição que pode futuramente frear os desmandos das famosas “urgências urgentíssimas”.
E nesse barulho todo o Presidente da Câmara num suposto ato de preocupação com determinada parcela do povo, resolve devolver a Prefeitura o que considerou como um exagero de valores. Trocando em miúdos deu vara, anzol, isca e o peixe para suposta obra, que não vem ao caso mencionar. O que conta e surpreende é que pela primeira vez se registra a possibilidade de um legislador ousar construir e não apenas fiscalizar.
Já que inversão de valores parece corresponder à tônica do momento, nada mais a declarar. Apenas aguardar o desenrolar dos fatos e a possível reação do público.
Guto de Paula