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POLÍTICA EM CAPÍTULOS

(Capítulo 02 Episódio 7) – PATAQUADAS DA IMPRESA

Essas reportagens de fundo, não são mais levadas ao ar, as emissoras não dispõem mais de pessoas do calibre de Gilmar Azevedo, Alberto Brion, Guilherme, Gerson Carioca, Berê Brasil, Cleber Vieira, Carlos Barbosa e alguns poucos homens do rádio, que por aqui passaram. Fizeram história e hoje, os que continuam apaixonados pelo rádio, só sentem saudade.

A emissora RB 790 era por assim dizer o arauto do povo. Essa espécie de simbiose era demonstrada através de pequenos bilhetes deixados na recepção, depositados as dezenas em caixas de papelão no balcão da rádio.

Destinadas aos seus locutores preferidos, com pedidos que variavam entre solicitações de música ou recados para familiares distantes. As ondas do rádio atingiam os povoados, distritos e vilarejos espalhados pelo município. Uma prestação de serviço que ainda existe, mas em número muito menor, pois os celulares tomaram definitivamente esse espaço.

Todavia, os aficionados pelo rádio, ainda gostam muito de ouvir o locutor da hora falar o seu nome. Uma assiduidade que o próprio locutor já consegue identificar a procedência do ouvinte ao simplesmente ouvir sua voz. Eles são ouvintes cativos, em menor número, mas ainda acostumados a antiga e velha mania de valorizar o rádio e fazer dele a ponte que no passado foi extremamente explorada.

A força do rádio, como se costuma dizer, foi decaindo gradativamente no momento em que a televisão entrou no ar. Uma concorrência desproporcional que afetava a audiência propriamente dita e a sobrevivência econômica das emissoras, com a nova possibilidade de reclames comerciais.
Os prognósticos populares já apontavam a possível decadência. O mesmo acontecia com toda a imprensa escrita e com o habito cada vez menor dos leitores de revistas e livros, que jamais representaram um número expressivo nesse contexto informativo.

Porem, alguns ainda sobrevivem. Até uma revista que não perde em nada para A Veja, quanto sua apresentação gráfica, aparece periodicamente. Todavia se tornou uma vitrine para empresários e familiares que atingiram certa notoriedade. Massagear o ego dessas pessoas, parece ser o objetivo fundamental da proposta. Com a ajuda prestimosa da foto shopping, todos aparecem bonitos e saudáveis, revelando para a posteridade seu sucesso momentâneo.

Enquanto a aparência for mais importante que o conteúdo impresso, essa revista irá por certo sobreviver.

(conclusão do capítulo 02)

Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação

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