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O PODER DA NARRATIVA

No mundo atual, onde a fé, as crenças, os valores morais e a própria cultura são relativizadas por narrativas, está cada dia mais difícil discernir o que são fatos e os que não passam de grotescas mentiras. No contesto político, repleto de paixões exacerbadas, a narrativa tornou-se um instrumento preponderante, capaz de transformar o improvável em determinantemente possível.

Seu poder destrutivo consegue fazer com que inúmeras situações inusitadas sejam aceitas com uma passividade impressionante, a ponto de pessoas aceitarem com total desenvoltura que a concepção possa ser interrompida durante a gestação, sem que exista qualquer sentimento de culpa. Que indivíduos condenados por crimes hediondos sejam libertados enquanto outras pessoas acusadas de crimes infinitamente menos perniciosos recebam penas exemplares.

Essa inversão de valores propostas por meras narrativas, que no passado nem sequer se sustentariam, hoje são aceitas com um total desprezo pelo bom senso, pela ética e pela moral. Os preconceitos feministas, as questões sexuais evoluíram de uma forma tão avassaladora, que já existe consistente temeridade em se emitir qualquer espécie de opinião, quiçá uma simples critica.

A própria política, que nos dias atuais não vive seus momentos de glória, por conta de uma corrupção sistemática, sofre as consequenciais de variadas narrativas. Banalizada, mal conduzida e distante de sua essência e de sua importância vital para o equilíbrio social da comunidade.

E a justiça em sua mais alta instância, desvencilhou-se de seus princípios básicos e adotou um fazer político ditatorial, apoiada por uma imprensa consorciada, que ávida por poder e por inúmeros benefícios se tornou omissa, criminosa e geradora de irresponsáveis narrativas.

O poder diabólico das narrativas está produzindo o caos que dificilmente será contido. No entanto os desavisados ou os que acreditam estar levando vantagem, aplaudem enquanto aqueles que percebem com clareza e discernimento, são sumariamente perseguidos.

Se os novos políticos não conseguirem pautar suas propostas nas virtudes de Abraham Lincoln, Margaret Thatcher, Martin Luther King, Madre Tereza de Calcutá, ou qualquer outro líder que dignificou a história humana nesse planeta, não será possível reverter esse quadro. A narrativa continuará vencendo a verdade e sistematicamente distorcendo fatos.

Guto de Paula

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