Há bem poucos anos atrás, quando ainda podíamos confiar no que a velha imprensa divulgava nossas fontes de informação eram infinitamente menores. As duvidas que surgidas eram tiradas do conhecimento de professores de forma particular ou em palestras públicas.
As bibliotecas ainda eram uma fonte seguríssima de dirimir duvidas. Certo que nem todos estavam acostumados a busca nos livros, mas sempre existiam aquelas pessoas disciplinadas que faziam isso como o prazer que só os leitores assíduos conhecem. E convenhamos que cada dia que passa menos deles encontramos.
As próprias conversas de antes eram bem mais consistentes, porque as fontes do conhecimento eram mais simples e mais fidedignas. E naturalmente os exotéricos, religiosos fanáticos e os apaixonados pelos segredos do universo, ou defensores de estranhas ideologias sempre haveriam de existir. A busca pela verdade sempre foi uma tarefa angustiante, apaixonante e persistente.
Com toda a tecnologia de hoje, o turbilhão de informações postadas nas redes sociais temos duvidas quanto a qualquer tipo de informação. E acabamos por considerar que o que foi criando para facilitar nosso entendimento está causando uma verdadeira Babel de informações contraditórias.
Quando observamos os vícios ridículos que a humanidade adquiriu com o advento do celular, alguns já sentem saudade do velho telefone fixo que com simplicidade de fato unia muito mais pessoas do que a separação causada pelo excesso de informação. Apenas os mais idosos pensam assim, pois a juventude de agora nunca chegou a ver a filas enormes nos terminais dos telefones públicos. Seja por isso que a angustia de se informar produzia nas pessoas mais afeto e mais proximidade ao se encontrarem. Conversam mais e davam muito mais atenção, uns aos outros.
Hoje estar junto não representa estar próximo, pois cada um busca no teclado de sua máquina o que está mais distante. Um processo de alienação silencioso que lentamente produz robôs ou zumbis internautas. E inadvertidamente chamamos isso de comunicação. Não mais a que o une, mas a que de fato apenas separa.
Então me de um abraço, enquanto ainda há tempo…
Guto de Paula