(Capítulo 03 Episódio 9) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO … dois anos foram muito positivos. Seja porque, os amigos incompetentes foram exonerados e a prefeitura passou a ser gerida como uma empresa. Coisa que nos tempos áureos de Baltazarino seria inconcebível. Foram implantadas secretarias e o poder de decisão foi distribuído entre elas. Essa descentralização de poder foi algo inédito e muito importante para uma visão moderna de como deve funcionar um órgão público como uma prefeitura. Os salários dos servidores foram regiamente pagos em dia e o mesmo aconteceu com os fornecedores. Um concurso público foi instaurado e fui contemplado com um cargo ao alcançar o 26º lugar nessa disputa. Fui destacado para o Colégio Eurides Santana edificado em cima do antigo campo de aviação de Barreirinhas, no cargo de técnico em informática. A direção do colégio estava a cargo de Carmélia da Mata, que com pulso firme administrava a instituição. A personalidade forte de Carmélia produziu algumas desavenças em nosso relacionamento, mas ela tinha um firme propósito de consertar determinadas coisas que já estavam fora de controle na época e hoje em dia, ficaram ainda piores e cada vez mais incontroláveis. Em alguns episódios tentei aconselha-la que seu esforço de legalidade era inútil, pois a sociedade já estava corrompida e seu esforço era simplesmente impossível e de certa forma muito temerário. Mas a afoita Carmélia não se deixava convencer e em uma dessas ocasiões, colocou na cabeça que precisava consertar o que entendia como inaceitável. Acredito que não era uma questão e homofobia propriamente dita, mas sim uma forma ainda precária de entender as diversidades comportamentais humanas. Mesmo porque Carmélia era uma justiceira de muito bom coração, embora radical ao extremo quando encasquetava com alguma coisa. Não mudou nada nos dias de hoje. Seu alvo nesse momento recaia sobre dois alunos gêmeos com visível tendência para o homossexualismo. O que na linguagem chula chamaríamos de “duas bichinhas”. Carmélia ocupou-se de uma dessas duas personagens na tentativa insana de mudar sua personalidade. E deu merda … (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 8) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO … o processo que permite o acesso ao poder, começa na intenção de ocupar uma cadeira no Legislativo Municipal. São raros os prefeitos que alcançaram o cargo, sem antes ocuparem um espaço no legislativo. Como toda regra tem suas exceções, alguns médicos chegam algumas vezes a esse almejado posto e abandonam momentaneamente seus consultórios e descobrirem que através do poder concedido pelo voto, podiam esquecer seus ideais políticos e se transformarem em fazendeiros de considerável sucesso. Em Barreiras, um renomado cirurgião foi escolhido por seu grupo de amigos para ocupar esse cargo, com a proposta desbancar o poder de um prefeito correligionário de ACM, que por mandatos seguidos sustentava-se no absoluto domínio da região. Eram tempos difíceis, onde qualquer ameaça de um possível levante contrário era duramente massacrada pelo folclórico Antônio Carlos Magalhaes. A cidade de Barra do Rio Grande, notoriamente contrária a política de “Toinho Malvadeza”, foi duramente punida ao se tornar opositora ao seu governo. ACM retirou todos os órgãos públicos estaduais, inclusive o banco do Estado e deixou para os munícipes apenas a SUCAM. A rodovia que dava acesso a cidade, já era difícil e ficou intransitável. Isolamento total, porque naquela cidade que era considerada o berço da cultura por dispor do famoso Colégio Salesiano, os eleitores pensavam, refletiam e criticavam os desmandos da época. Literalmente ficaram “às moscas”, por todo seu mandato. Muitas das excelentes celebridades de Barreiras, que chegaram até Brasília, foram influenciadas pelos ensinamentos do Colégio Salesiano de Barra do Rio Grande. Era por assim dizer o berço cultural da época. Mas vamos ao doutor prefeito que através de seus amigos se opuseram a esse poder dominante de “Toinho Malvadeza”. Pois a campanha foi de casa em casa e o fato de Doutor Saulo ser um exímio cirurgião e uma figura respeitadíssima, contribuiu sobremaneira para seu sucesso. Começava então uma nova era. Mas como nada é perfeito, adveio posteriormente a instalação de uma nova oligarquia composta por parentes e amigos próximos. Esses amigos que com muita determinação e esforço conseguiram mudar o rumo da história, foram colocados em cargos importantes da prefeitura. Alguns muito ativos e competentes como era o caso do secretário Jorge Lemansk e do advogado Aurélio Miguel, outros nem tanto, pois sua avidez pelo poder nãos lhes permitia discernir como fazer a política ser produtiva. Contudo os primeiros… (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 7) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO … algumas são muito interessantes e uma delas em particular acredito merecer um certo destaque. Tudo porque na política barreirense e possivelmente em todos os outros municípios desse imenso Brasil, elas proliferam com a devida constância. Não tenho boas recordações dos momentos em que exerci a função de assessor político, porque acredito que o jornalista quando se submete a esse trabalho, perde a capacidade crítica natural e passa a relatar apenas o que interessa ao seu patrão político. Todavia, em minha segunda função de assessoria essa condição, praticamente não existiu, pois acreditava no candidato e na forma como iria conduzir a política, caso fosse eleito. Infelizmente isso não aconteceu, devido a inúmeros fatores que não é conveniente relembrar. Nessa época, as regras políticas eram diferentes, não sofriam as restrições que sofrem hoje. As campanhas se estendiam por mais de dois anos e demandavam inúmeras viagens, incontáveis contatos com lideranças e uma constante atribulação que ocupava a toda por inúmeras horas de trabalho. Enfim, a ideia ou a proposta propriamente dita era tentar eleger um deputado federal, que não tinha “o rabo arrarado”, com as poderosas oligarquias que dominavam e dominam até os dias de hoje toda a Região Oeste da Bahia. O candidato era e ainda é meu amigo pessoal, tenho até hoje a convicção que tudo seria diferente se seu ousado voo chegasse ao destino. Isso não aconteceu, mas chegou muito próximo de se concretizar. Derrotamos um punhado de candidatos paraquedistas e até mesmo aqueles que historicamente eram por assim dizer as cartas marcadas para vencer. Como não adianta chorar pelo leite derramado, a vida seguiu seu curso normal e no ambiente político local, os mesmos nomes possíveis de sempre lutam pelo poder. O que obrigatoriamente considero é o fato de que muito poucas pessoas sérias se lançam na política. Quando o fazem e conseguem um mandato, acabam sendo engolidas pelo sistema corrupto e viciado que permeia o ambiente político. Naturalmente alguns resistem e não se deixam envolver, mas acreditem, são raridades. Acredito que a culpa mais significativa advém do próprio eleitor, que não lê e quando lê não entende o que leu. Se deixa levar por narrativas que o próprio sistema produz e divulga através da televisão da forma mais descarada. Claro que a mídia tem parte fundamental na produção de falácias e na forma profissional de distorcer os fatos e produzir narrativas, pois a proposta é confundir e jamais informar. O eleitor mal informado, não consegue entender que lobos na pele de carneiro estão se valendo de sua ignorância para se alçarem ao poder. Mas vamos adiante… (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 6) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO .. seja por ser um crítico compulsivo, ou talvez por ter a língua meio solta, como se costuma dizer, não demonstrei no primeiro momento, nenhuma apreensão. Enfim era tudo fruto de uma brincadeira que mesmo desrespeitosa, não parecia gerar ou ter sentido de uma ofensa. Diga-se de passagem, que pessoalmente não tenho nada contra a pessoa de Tito, muito pelo contrário, admiro como conduz seu mandato e aprecio a forma como dá atenção aos seus interlocutores. Porém observo a característica natural de escutar todos e acabar fazendo o que de fato queria fazer. Ou seja, a opinião de muitos praticamente serve para ele como apenas uma mera referência. Particularmente, esse modo de agir me parece ser proveniente de sua forte natureza e de ter consciência de sua inteligência aguçada e perspicaz. Mas vamos ao desfecho: Entrei, e o cumprimentei respeitosamente. Ele estava debruçado sobre uma pilha de papeis e mesmo sem levar a cabeça, respondeu ao cumprimento. Tão logo levantou a cabeça e me encarou olhando em meus olhos, disparou: – Que história e essa de me apelidar de Galo Campina? Foi você é o autor disso? – Fui eu! Admiti o fato, sem contar da analogia que gerou o apelido, acho que seria abusar demais e fiquei calado. Ele foi direto ao ponto: – Você está exonerado! Baixei a cabeça pois já estava esperando por essa demissão. Enfim, fiz por merecer. Como não restava mais nenhuma explicação, dei as costas e fui procurar outra ocupação. Como de costume desejei a ele um bom dia! Dias depois, eu publiquei no face book uma pequena reflexão e fiquei surpreso quando observei que Tito, havia comentado e elogiado o texto, tecendo sinceras observações a minha pessoa. Senti um grande alívio, não tinha feito um inimigo, Tito demonstrou sua real personalidade e manteve sua postura com memorável integridade. Ideologicamente podemos manter nossas diferenças, mas não importa, Tito é sim um político muito experiente. Considero isso, pois quando fui convidado para trabalhar em sua emissora de rádio comunitária, Tito não fez a mínima menção de me bloquear. Trabalhei com liberdade e devo a esse político e a esse cidadão um considerável respeito. A vida segue e então vamos a mais histórias… (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 5) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO … em meu particular modo de entender, essa função de assessorar determinado político e relatar apenas suas virtudes, não cabe nem se encaixa com o fazer jornalístico. Embora muitas vezes seja relativamente rentável, aprisiona qualquer senso crítico que faz do jornalista um mero anão de jardim. Alheio aos fatos, preso a narrativas e completamente afastado de sua verdadeira função. Foi assim, que certa vez, desempenhando essa função e fazendo parte de um pequeno grupo de assessores do então vereador Tito quando era Presidente da Casa, consegui um meio inusitado de ser exonerado. Fui espectador de uma discussão acalorada de gabinete entre a vereador Beza e seu genro Tito, quando em voz alterara ela dirigiu-se ao mesmo: -Tito você sentado é uma coisa e de pé é outra! Essas palavras ficaram gravadas em meu imaginário por alguns dias. O fato é que também concordava com Beza e de alguma forma elaborei uma nova artimanha. Ao ouvir uma música nordestina que discorria sobre a beleza do Galo Campina e sua propriedade de mudar as cores de suas penas, que coloquei meu plano em ação. Resolvi de forma galhofeira apelidar Tito e “galo campina”. E toda vez que chegava no gabinete, na cantina ou em qualquer outro setor da casa perguntava: – O Galo Campina já chegou? Não demorou muitos dias para que alguém, supostamente um bajulador ou bajuladora de plantão, delatasse o fato para o Presidente Tito. Fui chamado ao Gabinete da Presidência que por sinal havia recebido uma nova e caríssima decoração. Mesa suntuosa, poltronas confortáveis um luxo! Lembro que essa pompa toda se estendia até o jardim frontal da Câmara que agora dispunha de um chafariz para cada um dos lados da entrada. Luz colorida que se alternava em inúmeras tonalidades. Um luxo! Muito caro por sinal. Novos painéis ricamente confeccionados explicitavam as fotos dos não muito bonitos vereadores que ocuparam a casa. Lembro de fotos de prefeitos e de presidentes da Cãmara que já partiram desse mundo. A vida é assim, nada parece eterno. Os painéis, também devem ter sido muito onerosos. Acho que a ideias era essa. Mas vamos aos fatos e ao motivo que me levou até o gabinete do presidente Tito… (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 4) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO Após essa revelação intempestiva, achamos por bem, interromper a programação e chamar os comerciais. Essa vereadora nunca mais conseguiu se eleger. O relato desse fato ocorrido há muitos anos, apenas revela o que todos já sabíamos. Alguns vereadores tem de fato seu preço e seu grau de representatividade, coisa que o gestor sempre avalia e determina para quem a parte do bolo a bocada será maior. Esse é o quadro que permite a determinados vereadores chegarem a ocupar uma cadeira na Nobre Casa, com “as calças na mão” e saírem ao final do mandato vivendo a opulência que seu salário jamais permitiria em condições reais. Esse milagre de chegar de bicicleta e sair dirigindo um luxuoso veículo acontece nos dias hoje, mas a falta de memória do povo e a completa ausência de conhecimento do fazer legislativo, faz que que a reeleição seja inocentemente permitida. Todavia, novos tempos estão surgindo e paulatinamente pessoas dignas estão ocupando novas cadeiras na Casa do Povo. Pois não é possível permitir através do voto inconsciente, que apenas as coleiras sejam trocadas e os cães sejam os mesmos. Em resumo, quem tem que mudar de postura é o eleitor, caso contrário nada de novo irá acontecer no front da dita casa do povo. Os semianalfabetos continuam ocupando cargos devido ao analfabetismo político dos próprios eleitores. Que defendem sua posição dizendo que se trata de voto de protesto. Pois não sabem eles que política é coisa séria e a forma correta de protestar seria permitir que pessoas sérias, capazes e determinadas ocupem esses lugares vagos. No entanto e devido a esse fato que se repete a cada nova eleição, os ditos eleitos por voto de protesto, ocupam essas cadeiras, se aboletam num gabinete e olham orgulhosos para a tela de um computador que muitas vezes não conseguem operar. Custam caro para o município e na verdade são pagos por que paga impostos. As beneficies do cargo permitem a contratação de assistentes e é bem por aí que seu salário se amplia. A “rachadinha” faz esse milagre e muitas vezes essa dita assessória nem necessita comparecer ao gabinete. Tudo se resolve no banco pagador. Relato isso, porque já estive na condição de assessor político, como também elaborei os famosos “relizes” que passam para o povo as atividades do vereador. Tudo isso vai para as redes sociais, mas jamais para o Diário Oficial da Câmara se o dito vereador for de oposição. Então deixei de lado essa atuação… (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 3) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO Seja por isso, que na imensa maioria de câmaras legislativas espalhadas por todo o país, a maior preocupação do prefeito que conquista o poder é conseguir a maioria dos vereadores eleitos, só assim seus projetos são aprovados, seus desmandos serão abafados. Essa é a democracia imposta no Brasil, que coloca no poder vereadores obtusos com um mínimo de votos conquistados e afasta os que poderiam legislar com desenvoltura e, portanto, tiveram a aceitação popular expressiva, mas foram derrotados pela maldita, burra e inconsistente legenda. O dito percentual no qual o partido distribui seus votos e arrasta essas figuras ridículas para o poder legislativo. O mesmo sistema arcaico que permite que um vereador chegue ao absurdo de segurar essa vaga por mais se sete mandatos. Permitindo que a política para esses privilegiados se torne profissão e impeça a renovação das cadeiras. São essas anomalias que fazem com que a politica brasileira esteja cada dia mais decepcionante. Inicie de forma errada desde o Município, atinja o Estado e chegue na Federação cada vez mais deturpada e desacreditada. Permitindo o que acontece nos dias de hoje, onde o Judiciário em sua instância maior e sem um único voto popular, esqueça o direito e passe a produzir política. Impondo a mais cruel das ditaduras e literalmente rasgando nossa Constituição. Particularmente em Barreiras a Nobre Casa do Povo se submente por inúmeros anos ao gestor eleito. A situação ou a oposição são meros subterfúgios de conveniências e os que hoje atiram pedras amanhã se tornam vitrines. Tudo depende do andar da carruagem e as paixões ideológicas, os princípios básicos da profissão são facilmente deixados de lado. Denominada em prosa e verso como a “Casa do Povo”, em algumas circunstancias, o povo é o primeiro a ser esquecido. Tudo se resume a renomear nomes de ruas e praças e produzir a névoa que encobre a fiscalização e a atuação do fazer de um edil. Foi bem assim que certa vez em entrevista radiofônica na RB 790 quando ainda era líder em audiência que presenciei um fato digno de nota. Em entrevista com a vereadora de primeiro mandato Dona Francisca, participei a mesma que para aprovar um novo aumento de coletivos na cidade, alguns vereadores, supostamente foram literalmente comprados para votar a favor do projeto. Em princípio ela negou o suposto fato, mas quando disse que determinado vereador e seu colega poderia ter recebido algo em torno de dez mil reais, ela prontamente disparou sua indignação:– Para mim só deram três! (continua no próximo episódio) Guto de PaulaRedator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 2) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO O que acontece em Barreiras, não é muito diferente de outros municípios. Em Riachão das Neves, por exemplo, tenho acompanhado de perto a atuação de seus legisladores. Lá, por ser um município de menor porte, mas de uma pujança futura que irá surpreender o próprio Estado e a Federação, as “pataquadas” seguem seu curso com total normalidade e a devida regularidade. As câmaras cumprindo o referido Regulamento Interno, conferem anualmente Títulos de Cidadão para os munícipes que vieram de outras paragens e que se destacaram no cenário político, empresarial ou social. Existem também oferecimento de Comendas alusivas a data de emancipação do município. Coisa comum e corriqueira, mas de um efeito político relevante e surpreendente. O forasteiro se sente honrado, enfim foi lembrado pelo povo de uma terra que em sua cidade natal, possivelmente deve ter passado despercebido. Em Barreiras, município de porte considerável, devido sua população demográfica, ainda não se encontra dificuldades em homenagear pessoas que durante o decorrer de sua vida social ou profissional, atingiram determinado destaque. Porem muitas vezes sem qualquer critério lógico que possa justificar esse ato, pois visivelmente nada fizerem pelo município a não ser explorar o povo dessa terra. Chego a duvidar se no bojo da aprovação desses projetos constava a regulamentação de como e a quem deveria ser concedido essas deferências. O que vemos ocorrer a cada sessão magna é que “gregos e troianos”, “gatos e sapatos”, estão sendo homenageados. No entanto, em Riachão das Neves os componentes da Câmara concedem esses títulos aos seus próprios parentes e quando a cara de pau excede o absurdo, homenageiam seus próprios colegas da Casa Legislativa. Seja porque não encontram na cidade e no município inteiro quem mereça tal deferência. Em resumo, algumas figuras, tanto em Barreiras como em Riachão, teriam lugar cativo na “Escolinha do Professor Raimundo”, por sua postura hilária e bizarra que nada condiz com o fazer de um edil. Alguns semianalfabetos que pela vontade de um eleitorado de igual calibre lhes concederam o voto e até declaram que foi devido ao voto de protesto. Não consideraram a importância de que uma bancada de vereadores na condição de representantes diretos do povo, podem impedir os possíveis desmandos do poder executivo, quando permanecem unidos e coesos. Sem eles, o gestor fica de mãos atadas, com seu poder reduzido ao extremo. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 03 Episódio 1) – VEREADORES E O ALMEJADO CABIDE DE EMPREGO A Câmara de Vereadores de Barreiras, é um manancial de estórias interessantes. Lá aconteceu e talvez ainda aconteça, coisas que “deus dúvida”, pois nesse ambiente similar a “gaiola das loucas” a produção de pérolas é uma constância. Em gestões passadas, possivelmente antes que Jusmari fosse eleita prefeita, um vereador representante do povoado do Rio Branco e pau mandado da deputada, ocupou uma das cadeiras da casa por todo um mandato. Mais conhecido como o “japonês” de Jusmari. Uma figura notável que permaneceu por todo o seu mandato sem praticamente emitir uma só palavra. Só ouviam sua voz quando o segundo secretário fazia da Chamada Regimental. Mantinha seu gabinete com duas senhoras que até hoje não sabem qual era mesmo sua função. O japonês, nem por lá aparecia. Chegou mudo e permaneceu calado. Não foi o único, nem será o último. A ignorância política da população produz esses seres lendários. Eleitos por seus pares, por falarem a mesma língua ou simplesmente não dizerem nada durante todo um mandato. O parlamento para atingir seu objetivo político, depende de voz, de palavras de impacto e de convencimento e entendimento de seus afazeres fundamentais. No entanto, boa parte apenas balança a cabeça e produz a “calangagem” que muito beneficia o gestor. Outros, no entanto, são prolixos e conhecem muito bem como funciona o sistema. Chegam de bicicleta e atingem um sucesso financeiro avassalador e surpreendente, que em poucos meses já conseguem adquirir bens que no passado seriam improváveis. A função primordial de fiscalizar sofre a mutação do simplesmente concordar e aproveitar. Enfim, serão quatro anos garantidos de sucesso, coisa que desde os primeiros dias, já os faz preocuparem-se com a reeleição. A perpetuação no poder é o que de fato interessa. No auge histérico das campanhas políticas, prometem passes livres para estudantes em coletivos públicos e coisas ainda mais improváveis e mirabolantes. O povo oprimido por sua constante ignorância do fazer de um vereador, aceita e abraça a causa. Mesmo que ela seja ridícula e improvável, mas para eles o referido vereador é um herói, um paladino da justiça social. (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação
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(Capítulo 02 Episódio 7) – PATAQUADAS DA IMPRESA Essas reportagens de fundo, não são mais levadas ao ar, as emissoras não dispõem mais de pessoas do calibre de Gilmar Azevedo, Alberto Brion, Guilherme, Gerson Carioca, Berê Brasil, Cleber Vieira, Carlos Barbosa e alguns poucos homens do rádio, que por aqui passaram. Fizeram história e hoje, os que continuam apaixonados pelo rádio, só sentem saudade. A emissora RB 790 era por assim dizer o arauto do povo. Essa espécie de simbiose era demonstrada através de pequenos bilhetes deixados na recepção, depositados as dezenas em caixas de papelão no balcão da rádio. Destinadas aos seus locutores preferidos, com pedidos que variavam entre solicitações de música ou recados para familiares distantes. As ondas do rádio atingiam os povoados, distritos e vilarejos espalhados pelo município. Uma prestação de serviço que ainda existe, mas em número muito menor, pois os celulares tomaram definitivamente esse espaço. Todavia, os aficionados pelo rádio, ainda gostam muito de ouvir o locutor da hora falar o seu nome. Uma assiduidade que o próprio locutor já consegue identificar a procedência do ouvinte ao simplesmente ouvir sua voz. Eles são ouvintes cativos, em menor número, mas ainda acostumados a antiga e velha mania de valorizar o rádio e fazer dele a ponte que no passado foi extremamente explorada. A força do rádio, como se costuma dizer, foi decaindo gradativamente no momento em que a televisão entrou no ar. Uma concorrência desproporcional que afetava a audiência propriamente dita e a sobrevivência econômica das emissoras, com a nova possibilidade de reclames comerciais. Os prognósticos populares já apontavam a possível decadência. O mesmo acontecia com toda a imprensa escrita e com o habito cada vez menor dos leitores de revistas e livros, que jamais representaram um número expressivo nesse contexto informativo. Porem, alguns ainda sobrevivem. Até uma revista que não perde em nada para A Veja, quanto sua apresentação gráfica, aparece periodicamente. Todavia se tornou uma vitrine para empresários e familiares que atingiram certa notoriedade. Massagear o ego dessas pessoas, parece ser o objetivo fundamental da proposta. Com a ajuda prestimosa da foto shopping, todos aparecem bonitos e saudáveis, revelando para a posteridade seu sucesso momentâneo. Enquanto a aparência for mais importante que o conteúdo impresso, essa revista irá por certo sobreviver. (conclusão do capítulo 02) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação