Capítulo 02 – PATAQUADAS DA IMPRESA (continuação do capítulo 02) O fazer jornalístico da época em que Ruyter Carraro mantinha seu jornal era por assim dizer uma aventura que pouquíssimas pessoas ousariam enfrentar. A equipe era formada por Berê Brasil, Marcelo Campestrini, Guto de Paula e até Osmar Mendes teve seus bons momentos no atendimento social. Cobria as festas e trazia as matérias para a edição. O fato interessante é que o jornal aceitava textos de colaboradores que recebiam um espaço para expor suas ideias e suas considerações, porem foi estabelecido limites, principalmente para não ofender os colaboradores do periódico. Não se tratava de censura explicita, mas de qualquer maneira era um claro entendimento de bloqueio. A matéria chegou e no rápido olhar com que verificamos o título, recorremos ao mestre Carraro. Ele colocou os óculos, coçou a barba e começou a ler. Para espanto geral ele começou a rir. Ria tanto que ficamos totalmente sem graça. Será que ele publicaria essa matéria? Não é que publicou e ainda deu destaque. Entendam que estávamos vivendo a década de 80, Barreiras era ainda muito provinciana, a inocência ou mesmo o pudor ainda eram fatores preponderantes para a arte jornalística. E ficamos deveras espantados quando nosso redator chefe não contou tempo em publicar essa crônica. Pasmem, pois o título da matéria era simplesmente O ORGASMO. Fazendo uma síntese do que estava escrito peço perdão a autora se por acaso esqueci de algum detalhe. O texto relatava a cobrança de uma suposta sulista que que ouvindo conversa alheia, resolve cobrar de seu marido algo inusitado que ouvira. Afinal ela se achava na condição de uma nova rica, já tinha adquirido sua caminhonete, reformado a casa nova e comprado uma chácara no Rio de Ondas. Pode se dizer que tinha tudo, menos aquilo que ouvira com total curiosidade, de outra frequentadora do salão. Ao chegar em casa e encontrar com seu esposo que acabara de chegar da fazenda e tinha estacionado sua caminhonete na ampla garagem, foi logo dizendo: – Quero um orgasmo! E tem que ser logo, minhas amigas já possuem. Só eu que fiquei para traz. O marido surpreso, sem entender que diabos era um orgasmo, foi tratando de acalmar a esposa e ganhar tempo para se informar do que realmente isso se tratava. O desenrolar dessa estória hilária perdeu-se no tempo, a autora ainda escreve críticas apimentadas, que hoje devido a essa nova ordem de valores não causa o efeito que na época causou. Era um jornal sisudo, compenetrado e orientado para fazer matérias serias e muito técnicas. Beatriz Lima Peres quebrou essa sistemática e a matéria foi considerada um verdadeiro sucesso. (continua no próximo capítulo) (acesse isaofrancisco.com.br para acompanhar a sequência de todos esses capítulos) Guto de Paula Redator da Central São Franciso de Comunicação.
POLÍTICA EM CAPÍTULOS
Capítulo 02 – PATAQUADAS DA IMPRESA Onde hoje se encontra a “Praça de Alimentação”, Ruyter Carraro, editor e proprietário do “Jornal do Oeste” encontrou-se com Paulo Braga e propôs a ele uma reportagem nas páginas centrais. Paulo educado como sempre aceitou e então confabularam sobre como a reportagem seria editada. Ruyter era surdo de um dos ouvidos e sempre que entrevistava alguém colocava a mão no ombro do entrevistado para melhor aproximação. Sempre pensei que fosse pelo fato de ter dificuldades em ouvir. Não era isso. Terminada a conversa, Ruyter disse a Paulo que precisa de pelo menos 50% dos valores da reportagem. Foi então que Paulo, educado e solicito como sempre declarou: – Meu amigo, eu nunca trago dinheiro vivo comigo. Político que faz isso não para de distribuir aos pedintes de sempre. Foi então que Ruyter considerou que isso era um fato que tinha razão de ser. Político com dinheiro no bolso é um saco sem fundo. Então despediu-se de Paulo e andou alguns poucos passos a frente e logo parou. – Paulo olha aqui sua carteira, ela tem dinheiro suficiente para os primeiros cinquenta por cento da reportagem. Paulo pasmo e confuso do motivo pelo qual sua carteira estava nas mãos do jornalista, ficou meio sem ação. Acabou pagando o valor solicitado. O que quase ninguém sabia é que Ruyter Carraro, fugitivo do DOICOD e torturado pelo sistema, havia fugido de sua cidade no interior do Paraná e foi morar nas ruas de São Paulo. Seu jornal em Pato Branco tinha sido empastelado. No auge de seu desespero fez amizade com um batedor de carteiras que também sobrevivia de seus golpes na cidade da garoa. Não se tratava de um batedor de carteiras qualquer, era um artista em seu ramo ilícito de atuação. Treinou Ruyter por longos meses e fez dele um excelente profissional. Bater a carteira de Paulo, foi um ato desesperado, mas aceitável desde que a devolveu. Ruyter apesar dessa passagem pelas ruas de São Paulo, era um incansável trabalhador que procurou conduzir sua carreira jornalística com considerável competência. Chegou a ministrar aulas de filosofia no Colégio Antares, aquele mesmo que deixou a ver navios um punhado de alunos. O colégio existia, tinha ótimos professores e alunos muito compenetrados. O que sequer não se imaginava é que o MEC não tinha nenhum registro dele. Mas esse assunto fica para mais tarde. (continua no próximo capitulo) (acesse isaofrancisco.com.br para acompanhar a sequência de todos esses capítulos) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação.
POLÍTICA EM CAPÍTULOS
(continuação do capítulo01) … muitos maridos alegam nunca terem pisado seus pés, mas estão mentindo ou tendo muita inveja dos que frequentam o local com muito incidência. Queriam ou não aceitar é um local de trabalho, para quem os recebe e um local de prazer (mesmo fugaz), para os que o visitam. Preços acima da tabela não afastam os aficionados pelo sexo sem compromisso, que mais tarde produz muitos arrependimentos. Mas vamos aos fatos, como eles nesse dia aconteceram. O candidato, tomado de certa euforia, percorria o local visitando todas as mesas. Cumprimentava todas e todos. E muitos dos todos estavam de certa forma surpreendidos e alguns meio sem jeito. Em determinado momento um grupo de moças (eram moças ou um dia no passado foram), começaram a pedir por discurso. Afinal o candidato havia se comprometido que sua equipe, as conduziriam ao Fórum eleitoral para que todas fossem de fato eleitoras sacramentadas. Algo que também era inusitado, pois até então todos os candidatos que conheço ou conheci, não lembro de terem dado atenção a esse grupo de mulheres. Pois bem, o candidato com sua estatura privilegiada (aproximadamente um metro de oitenta), balançando cerca de 25 chaves na algibeira, dirigiu-se ao centro do salão e subiu no tablado onde as strips costumavam mostrar ao público a graça de terem um corpo que muitos dos frequentadores jamais observaram em sua própria mulher. Nesse momento aconteceu silencio total. Todos se concentraram em escutar o que o candidato tinha a dizer. Ao lembrar desse momento, até hoje considero que no fazer político de discurso objetivo e determinante, foi o mais curto que ouvi. Não apenas curto, mas desprovido de qualquer espécie de hipocrisia. Normalmente os candidatos em seu discurso procuram demonstrar que são melhores, mais preparados e totalmente mais detentores de conhecimento, que qualquer outro que na plateia os esteja ouvindo. Em resumo, privilegiadamente diferentes. Ninguém até então se preocupou em declarar que era igual e tão identificado com povo, que se preocuparia em falar na linguagem mais apropriada e sincera para o momento. Do alto do tablado o candidato a deputado federal disparou seu inusitado discurso: – Devido ao ambiente, serei curto e grosso. Uma coisa posso afirmar, se deputado não for, da putada sempre serei! Gritos, aplausos e assovios tomaram conta do local. E por conta do sucesso desse discurso, duas strips subiram ao tablado e realizaram seu trabalho completamente de graça. Seja para agradecer a sinceridade ou por entenderem que foram tratadas com consideração e por respeito a sua profissão. Ou seja, sem qualquer hipocrisia, uma prenuncio de que se fosse eleito, jamais esqueceria delas. (conclusão do capítulo 01) Guto de Paula.
POLÍTICA EM CAPÍTULOS
Capítulo 02 – PATAQUADAS DA IMPRESA O que antes era dado diretamente ao povo, hoje é distribuído nas redes sociais, nos blogs, nos detentores de grupos que fazem agora o papel inverso do convencimento. Político inteligente sabe que não é de bom alvitre brigar com a imprensa. Bolsonaro brigou e mesmo que tenha teimado em persistir, ainda se tornou uma luta inglória, pois em país subdesenvolvido a imprensa passa muitas vezes do quarto para o primeiro poder. E por falar em imprensa, vou relatar um fato bem interessante ocorrido em jornal local. Aconteceu após a OLVEBASA ser inaugurada e dar o primeiro grande passo para o potencial agrícola que existe hoje. Essa grande indústria não foi de fato a pioneira pois o frigorífico FRIGOMAP já explorava o potencial bovino da época. Foi então que Kincão, fotografo consagrado resolveu editar um jornal e passou a fazer toda a espécie de críticas possíveis. Elogiando seus colaboradores e deitando a lenha nos desafetos. Baltazarino era um de seus alvos preferidos. Seu saco de pancadas. A OLVEBASA havia colocado em prática o sistema de leite de soja, uma inovação que era conhecida como “leiteira mecânica”, ou coisa parecida maios ou menos similar a isso. O jornalista se apaixonou pelo projeto e na folha de capa colocou a foto de uma enorme vaca. Escrevendo abaixo que o problema da falta de leite na cidade estava resolvido. Foi então que o saudoso jornalista Ruyter Carraro, observou a foto em suas minúcias e descobriu que se travava de um boi. A dita vaca tinha um “culhão” enorme. A imprensa local, nessa época também engatinhava em sua proposta. E continua engatinhando nos dias de hoje, sem considerar o que é notícia e o que é pura narrativa. Quem sabe unir letras, construir frases e arriscar completar uma oração já é jornalista. Toma partido e sai postando as barbaridades de sempre. Não leram nem adquiriram conhecimento sobre sua função, mas querem ser lidos e remunerados pelo que produzem. E creiam, os políticos pagam. Remuneram aqueles que mesmo sem contribuir, por ficarem calados, presos na sua insignificância e sua costuma ausência de ética, se tornam vantajosos. Isso já acontecia antes e nada mudou nos dias de hoje. Foi assim que um dia deparamos na sala de edição com uma manchete que dizia em letras garrafais. CLÉRISTON PASSOU PARA O SUBMUNDO DOS JUSTOS. Acredito que estava se referindo ao acidente aéreo que ceifou a vida do pré-candidato a governador pelo Estado da Bahia. O autor dessa pérola era o “jornalista” Oliveira, que logo foi embora e não deixou saudades. (acesse isaofrancisco.com.br para acompanhar a sequência de todos esses capítulos)Guto de Paula
POR NOVO TEMPO
Esse ano tão conturbado, repleto de incertezas está chegando ao seu término. As escolhas da maioria determinaram que o que foi positivo, o que foi relevante e o que de fato interessa a todos, foi definido. Em uma democracia o que prevalece é a vontade do povo. Essa democracia também é relativa, pois nem sempre isso acontece da forma que deveria acontecer. Em Barreiras, o reconhecimento público prevaleceu. Um dia, talvez o Brasil inteiro possa também demonstrar que a razão e a lógica precisam prevalecer. O fato é que nas eleições presidenciais, o povo iludido e apaixonado por um falso líder, determinou as arbitrariedades que hoje acontecem. A Justiça, de forma injusta permitiu que isso acontecesse. Interferiu e modificou o que reza claramente na Constituição Brasileira, onde a eleição é um ato administrativo, mas a contagem de votos é um ato público. Isso não aconteceu. Mesmo não sendo novidade, as palavras de José Dirceu se concretizaram de uma forma, mesquinha, bizarra e inaceitável: “eleição não se ganha, eleição se toma!” A grande e velha imprensa que hoje começa entender o caos que causou, começa a se manifestar e mudar de opinião. Mas como dizem: “Inez é morta.” E agora o jeito é chorar pelo leite derramado. Fomos vencidos pela suposta maioria. Essa mesma maioria que não conseguia unir-se ao seu líder na campanha, mas por decisão do milagre tecnológico apareceu nas arapucas eletrônicas de forma surpreendente. Alguns não admitem a fraude monumental. Outros tantos não escondem a certeza absoluta de que ouve manipulação. As evidências sugerem que a suspeita cada dia mais esteja crescendo, não apenas pela fragilidade da urna eletrônica, mas pela contagem de votos ser realizada em sala secreta e manipulada por meia dúzia de funcionários públicos. No antigo voto impresso, as fraudes existiram, não resta a menor dúvida quanto a isso, mas a contagem de votos tinha que ser pública e mesmo que houvesse inúmeras falhas, não aconteceria da forma monumental como aconteceu. Como o sistema corrupto no Brasil ainda não conseguiu um logaritmo para fraudar as eleições de mais de cinco mil municípios, Barreiras elegeu o prefeito que a maioria dos eleitores escolheu. A esquerda entrou em falência completa e um novo tempo está surgindo. Guto de Paula
POLITICA EM CAPÍTULOS
(continuação do capítulo 01) A ideia era fazer com que as moças da casa noturna, em número aproximado de dozes profissionais do sexo, estivessem convencidas a acreditar no candidato e estarem dispostas de unir o útil ao agradável no decorrer de seu trabalho. (não exatamente nessa ordem). Para tanto, conhecer o candidato e suas propostas se tornava um fator determinante. Inclusive aproveitar o momento para panfletar os sanitários femininos e masculinos com o nome do candidato. Até a altura de quem usaria o sanitário foi considerada. Ou seja, para os usuários locais, cerca de um metro e sessenta e cinco, para os sulistas, certa de um metro e oitenta. No ato do alívio, o futuro eleitor estaria obrigatoriamente olhando para o adesivo com o nome do candidato. Isso reforçaria o convencimento da profissional que o atendesse e reforçasse essa ideia. Possivelmente com promessas de saliências mais picantes. Pois bem, no dia marcado o candidato e sua equipe de campanha chegaram ao Executivo Bar, mais conhecido como “quebra gaúcho” e foram recebidos com calorosa recepção por parte das moças de vida fácil. Se bem que vida fácil é só força expressão, pois encaram cada situação e cada indivíduo, que até a mãe deles rejeitaria. Se relato com tantos detalhes esse episódio é por que estava inserido nesse grupo de campanha e o que vou contar, vivi pessoalmente. De antemão já aviso que para descrever o acontecido o leitor terá que se desvencilhar de seus conceitos de pudor, pois só descrevendo literalmente o que aconteceu, sem trucar ou substituir palavras o efeito desejado acontecerá na sua forma original. Oportuno lembrar que o candidato estava promovendo uma revolução na condução de sua campanha. Tanto se deslocando para municípios vizinhos como promovendo micros discursos por toda a periferia da cidade. O discurso na época, tinha o poder de convencer ou decepcionar muita gente. Hoje se vota em quem nem abre a boca. Ou quando abre só fala besteira. Nos dias de hoje a mídia faz esse papel e leva para o povo uma imagem distorcida de seu candidato, transformando lobos em ovelhas, analfabetos em doutores, oportunistas em cidadãos comprometidos com o povo. Triste é saber que o povo tem consciência de que o que está sendo exposto na mídia eleitoral das campanhas, não corresponde a verdade. Os que estão no poder mostram suas obras e lembram de atitudes assertivas que foram produzidas no mandato. Os que estão fora do poder só fazem promessas e tentam convencer o eleitor que se fossem eleitos fariam tudo mudar. E alguns até fazem, só que para pior. Voltando ao dia dessa ilustre visita de um candidato a deputado federal em local tão inusitado… (continua no próximo capítulo) Guto de Paula
O PREFEITO DO ALÉM
“eleição não se ganha, eleição se compra!”José Dirceu Em nossa região já nos acostumamos a abreviar Luis Eduardo Magalhães, de LEM. Isso ocorreu supostamente, devido ao longo nome do município. Já em Catolândia não me reporto ao nome da cidade, mas na situação do prefeito reeleito, que devido a peripécia eleitoral, consegue agora governar para umas trezentas e noventa e uma pessoas de Barreiras. Pois nessa manobra ele decidiu governar à distância. Esse não é por si só um fato inédito, pois é sabido até pelo TRE que essa anomalia já acontece por inúmeras eleições. Se é legal, a Justiça é que vai decidir. Todavia, dessa vez foi determinante. O Bigode, como todos conhecem adotou a estratégia de literalmente comprar votos em Barreiras sem se preocupar com a visível intenção da maioria de seus munícipes, tentarem derrota-lo, por sua inoperância e sua incapacidade de gerir o município. Abasteceu o cofre e teve condições de realizar essa proeza. Em seu mandato, nada fez pela cidade, tudo que aconteceu foi com verbas do Estado. E, diga-se de passagem, foi muito pouco. Isso redundou em uma economia para a prefeitura, deveras, considerável. O Bigode guardou a grana que deveria ser transformada em benefícios para a comunidade e aplicou na compra de votos de eleitores que moram em Barreiras, mas votam em Catolândia. Tudo se deve ao fato de que em toda manifestação da campanha, só conseguiu reunir alguns gatos pingados. Em contrapartida o povo de Catolândia, contrária à sua reeleição amealhava multidões. Aparentemente a eleição estava decidida e o povo, cada dia que se aproximava da eleição, estava mais confiante ainda. Abertas as urnas o Bigode conseguiu com sua artimanha ganhar em todas as urnas no município. Foi uma das maiores decepções que atingiram os munícipes da cidade, nos últimos tempos. Uma surpresa maligna que não está sendo digerida com facilidade. Porem isso causou uma situação ainda mais decepcionante. O Bigode, mesmo vencedor das eleições não poderá se considerar prefeito eleito pelo povo de Catolândia, mas sim por moradores comprados em Barreiras. Ou seja, um prefeito sem povo. Um digno prefeito do Além.
BOLA PRA FRENTE
Acalmados os ânimos de uma campanha acirrada, nos resta agora esperar por janeiro e comprovar se daqui a quatro anos, a maioria de nós fez de fato a escolha certa. Nos anos passados estivemos sobre a égide de inúmeros mandatos, todos eles escolhidos pela maioria de nós. Alguns deles demonstraram algumas virtudes, cometeram seus erros, perderam o foco de suas funções, mas todos lutaram muito pela reeleição. Mandato após mandato, foi possível até se acostumar com uma cidade que apresentava as mesmas carências de sempre, sem que pouco se fizesse para promover algo completamente diferente e inusitado. Os prefeitos entravam e saiam e a mesmice continuava. Mesmo com o pejo de ser a “Capital do Oeste Baiano”, Barreiras, se comparada com o LEM, perdia sua representatividade estrutural, estratégica e até certo ponto sua questão política. A nova cidade edificada na planície do cerrado, crescia e se desenvolvia a olhos vistos, enquanto Barreiras, parecia apenas existir. O que ainda perdurava e com certeza irá dura para sempre é a cultura, a dedicação e o orgulho dos que aqui nasceram e dos que aqui chegaram e se apaixonaram por essa terra. E por essa ou qualquer outra razão, que quem vê a coisa de fora, tem sempre uma visão mais ampla. Nosso atual gestor, vivendo seus últimos dias de mandato, deve ter vislumbrado uma forma de fazer história e produzir uma transformação que nem um outro prefeito conseguiu realizar. Contou com a sorte? Sim, aliou essa sorte a capacidade de transformar e transformou. Claro que nem todos reconhecem ou se reconhecem fingem não dar a devida importância, mas isso aconteceu a revelia de qualquer outra opinião. O fato que apresentou um candidato que muitos supunham ser fraco e inexpressivo, para continuar suas obras e foi novamente vitorioso. A maioria do eleitorado reconheceu e agora é esquecer as velhas mágoas as rixas e os revanchismos e tocar a bola para frente. Guto de Paula Acesse o link isaofrancisco.com.br e acompanhe outras crônicas.
O EXEMPLO ARRASTA
Ao ler essa frase quando passava aleatoriamente por uma das ruas da cidade, passei a observar a profundidade desse conjunto de palavras. Considerei obviamente que significava um determinante sentido duplo. Arrastaria para o Bem ou para o Mal? Por estar expresso nas paredes de uma escola militar, ponderei que nesse caso arrastaria para o Bem. Os que também passaram pelo mesmo lugar e leram, sabem que o texto não está completo. Suprimi intencionalmente o inicio do texto, almejando que após lerem esse texto, procurem passar pela mesma rua e lerem o texto completo. Fui adiante e ponderei o que aconteceu nessa ultima eleição e considerei agora sem qualquer dúvida o que o “exemplo arrasta”. O fato é que não arrastou todos, mas mesmo assim arrastou a maioria. Foi uma evidente e insuspeitável determinação de reconhecer a transformação infraestrutural de Barreiras. Que deixou as ideologias, as questões partidárias para traz e optou pela razão lógica de continuar no mesmo caminho. Indo adiante é oportuno lembrar que essa mesma frase determinou as derrotas dos demais oponentes. Uns pela vida pregressa, outros por serem ilustres desconhecidos e alguns pelo uso abusivo da prepotência e pela vontade explicita de reativar uma oligarquia falida, decadente e sem expressão. O eleitorado foi arrastado pelo exemplo, pela consideração de que tudo que tinha visto antes, estava transformado e que pela razão obvia de não incorrer em um retrocesso provável, optou por dar continuidade ao processo. Como tudo é relativo, apenas se espera que essa continuidade evolutiva continue e que determinados setores de carência também sejam abraçados como o mesmo ímpeto e competência que foi dirigida para a infraestrutura. Tudo isso cabe ao futuro e como irão se desenvolver essas ações e trabalhos, pois o eleitorado foi arrastado em sua maioria para isso e conseguiu desvencilhar-se de ideologias, questões partidárias e narrativas sem sentido. Fato esse que aumenta a responsabilidade da atual gestão de maneira contundente, pois então conseguiremos saber se foram arrastados para o Bem ou para o Mal. Guto de Paula
NA CASA DO POVO
Em 2020 cinco mulheres ocuparam as cadeiras da Câmara Legislativa de Barreiras, onde foi registrado que uma delas foi a mais votada. Em 2024, mesmo sendo a segunda a mais votada, a quantidade de mulheres aumentou significativamente. Para a próxima gestão sete mulheres estarão atuando no legislativo barreirense. O desiquilíbrio quanto ao numero de homens e mulheres, ainda permanece, mas já se observa que está em queda. No entanto a pretensa renovação continua praticamente inalterada, pois dez dos vereadores que se candidataram a reeleição, conseguiram sucesso e apenas cinco dos candidatos novos ocuparam as vagas restantes. A persistência de alguns candidatos vitoriosos, também foi significativa. Alguns pela segunda vez e outros por inúmeras outras vezes. Outro ponto interessante foi a derrota de candidatos históricos, alguns com mais de sete mandatos. Esses fatores se devem principalmente ao numero muito elevado de votos que a atual eleição determinou, pois em 2020, quem conseguia mil votos já podia se considerar eleito. Esse número chegou à casa de dois mil votos em 2024, significando que para a futura eleição prevista para daqui a quatro anos, mil e quinhentos votos não irão representar vitória se o partido for inexpressivo e incapaz de eleger seu candidato. Enfim, a Câmara foi composta pela “maioria” da preferencia popular. Isso escrito entre aspas, pois candidatos com numero inferior de votos tiveram sucesso pelo desempenho de seu partido e não pela maioria da preferência popular. Se o sistema não fosse tão injusto, a Casa seria composta por vereadores que atingiram um número superior de votos. Se considerarmos que a eleição para vereador é percentualmente mais difícil do que para prefeito, já que a disputa está entre trezentos candidatos e a outra entre apenas quatro, esses dois pesos e duas medidas que elegem o prefeito, mas dificulta a campanha do vereador deveria ser revista. Ou seja, ambos poderiam ser eleitos pela maioria de votos conquistados, não pela alavanca partidária, que tira a oportunidade do eleitor de votar no preferido e elege candidatos com números inexpressivos de votos. Guto de Paula