Tínhamos antes dessa crise toda, preocupações corriqueiras, como por exemplo, a expectativa sinistra do momento em que o botijão de gás iria se esgotar. Como faríamos para economizar o ar condicionado. Quantas contas de água vencidas incidiriam em um tenebroso corte? Procurar nas gondolas do supermercado os produtos que estavam mais baratos. Que presente comprar para nossa amada se a ultima escolha nossa foi um desastre? Coisas assim, quase supérfluas se não fossem tão importantes.
Agora além de tudo isso e das coisas que nem citei, temos a preocupação de sair no carro, chegar à porta da loja e ter que buscar a maldita máscara, que foi esquecida. E após isso dentro da loja nos sentirmos sufocados e sem ar e agoniados pela mordaça.
Receber cumprimentos de outras pessoas mascaradas que muitas vezes não sabemos de quem se trata. Porque convenhamos que mascare não nos livra de flatulências alheias (nem das nossas), mas deixa muita gente feia muito mais a vontade.
Sofremos ainda aquele impasse rápido e momentâneo quanto tentamos cumprimentar alguém com o punho fechado e a pessoa vem de mão aberta. Aperta nossa mão de forma tão confiante que parece que por momentos o vírus não existe mais. E o desconforto é maior quando ainda nos abraçam e nos beijam no rosto. Uma ousadia temerária que nos faz procurar um frasco com álcool gel e ter vontade de tomar banho com ele.
São de fato preocupações novas. Coisas que antes não tínhamos. Muitos saiam no sanitário depois do alivio de uma prolongada descarregada e cumprimentavam todos que encontravam com ósculos e amplexos, sem sequer lembrar que lá dentro tinha uma pia e que sempre foi de bom alvitre lavar as mãos.
O comportamento humano mudou muito com essa pandemia. Lembro que médicos, cientistas e pesquisadores eram ouvidos atentamente. Hoje, na velha mídia são os ancoras, comentaristas e jornalistas que passaram a ditar a ciência. Ela não vem nas universidades como antes, mas sim do interesse politico e das ideologias manipuladoras.
Como se não bastasse esse vírus é carnavalesco, muda de fantasia todo o tempo, mas a vacina ainda é a original. Com três doses você pode contrair o vírus novamente, passar para todo mundo e até morrer. Só não deve ler a bula e se ler, não considere as consequências, afinal a mídia sempre vai dizer que são meros fatos isolados. E você acredita.
Guto de Paula.