(Capítulo 02 Episódio 4) – PATAQUADAS DA IMPRESA Na ausência da televisão e na demorada edição dos periódicos locais, o rádio era o elo entre povo e a possibilidade de informação. Lá as “pataquadas” aconteciam diariamente, pois tudo acontecia ao vivo nas edições jornalísticas. Entrevistados e entrevistadores cometiam gafes que foram para o éter, mas dificilmente foram esquecidas. O poder do rádio em Barreiras era de fato preponderante. Os políticos sabiam disso e não faziam corpo mole para participar de qualquer programa. Acredito que boa parte dessa notoriedade se deve a Gilmar Azevedo, que literalmente colocou a Rádio Barreiras, AM 790 nas ruas e ao alcance do povo. Todo esse passado de glórias e representatividades foi desmontado, paulatinamente por Juarez de Oliveira, quando por determinação de Ney Ferreira, ocupou o cargo de Diretor. Mudou literalmente a produção musical, interferiu profundamente nas matérias jornalísticas, principalmente quando políticas e afastou o povo da emissora. Lembro ainda como se fosse hoje, que esse narrador esportivo de Salvador que se intitulava jornalista, havia determinado que eu deveria conseguir para ele uma entrevista especial com o eminente juiz, Dr. Eustáquio Boaventura. Diferentemente do que hoje faz Alexandre de Morais, Dr. Eustáquio dificilmente concederia uma entrevista, principalmente para um estranho. Foi difícil convence-lo de que eu estaria presente e de certa forma coordenadoria a condução da entrevista. Juiz naquela época, só se manifestava nos autos. Com muito custo consegui que comparecesse a emissora e concedesse essa dita entrevista ao Juarez de Oliveira que buscava notoriedade jornalística. Para minha surpresa, boa parte da entrevista foi deveras interessante, não pelas perguntas de Juarez, mas pelas respostas inteligentes do eminente juiz. Certa altura de entrevista, Juarez que em sua vida só tinha entrevistado jogadores de futebol, começou a sentir que sua argumentação na condução das perguntas não revelavam a devida competência exigida do entrevistador. A coisa já estava meio sem graça e o dito cujo resolveu fazer graça. De chofre sem ninguém esperar disparou sua “pataquada” épica: – Dr. Eustáquio, cá entre nós, com foi sua primeira vez? A resposta foi tanto rápida como explosiva, coisa que deixou a estação alguns minutos fora do ar. – Sua mãe reclamou de alguma coisa? (continua no próximo episódio) Guto de Paula Redator da Central São Francisco de Comunicação