(continuação e do capítulo 01) Acredito que o ápice de seu declínio se deve a uma reportagem que fiz. Na época existia um impasse na região para saber se ACM apoiaria Paulo Braga o seu velho parceiro Balthazarino. Uma velha rixa pessoal contra a “Velha Raposa” disparou em minha mente. Encontrei a oportunidade no sentido de fazer com que ele disparasse mais uma de suas pérolas, coisa que levada ao conhecimento do governador, determinaria sua sorte política. O impasse existia, porém todos os dois eram correligionários antigos e a decisão de ACM, mesmo contra sua vontade teria que fazer essa difícil opção. Coloquei então em prática minha revanche, coisa que da qual não me orgulho, porém foi realizada de forma profissional e sendo assim não há como ficar constrangido. Procurei Paulo e disse: – Se ACM não apoiar você e optar por Balthazarino, qual seria sua posição? Paulo, macaco velho nas questões políticas, não titubeou e de forma muito lúcida disse: – Nosso líder no Oeste é ACM a escolha que fizer, seja qual for, eu aceito. Era tudo que eu queria ouvir. Procurei a “Velha Raposa” e disparei a mesma pergunta, sem tirar nem por. A resposta veio no rompante esperado. – ACM, precisa saber que se ele tem voto nessa região foi devido ao meu trabalho, aqui eu sou o líder. Sou eu que levei Antônio Carlos Magalhães ao povo. Ele sabe disso. Mesmo que essa declaração tenha um cunho verdadeiro, pois “Balta” sempre foi um correligionário fiel, a reação de ACM ao ser provocado, levou-o a apoiar Paulo Braga. Após isso o velho caudilho entrou em declínio. Seu tempo de glórias e de poder absoluto era coisa do passado. Minha rixa foi por ter passado em um concurso interno da COELBA para operar computadores e mesmo classificado, teria que pedir a benção de Balthazarino que detinha onze vagas desse concurso. Vagas políticas para atender a “pelegagem” de sempre. Isso ainda acontece nos dias de hoje. Pois bem, ele negou essa vaga e disse que já havia atendido todas. Era mentira, mas de que adiantaria saber disso, a politicagem é quem mandava. Essa vaga foi dada a minha ex-companheira que hoje já está aposentada pela empresa. Ela nem concurso precisou fazer. Anos depois, quando fiz essa entrevista simultânea com os dois possíveis candidatos que seriam apoiados por ACM, constatei que o político que não tem paciência, resiliência e humildade, um dia acaba sofrendo dos mesmos males que causou aos outros. O esquecimento. (acesse isaofrancisco.com.br para acompanhar a sequência de todos esses capítulos) Guto de Paula