Em campanha política, vamos ver e evidenciar coisas e mais coisas. Sejam elas, fruto de fofocas, de malícias, conchaves ou de pesquisas fraudulentas, enfim, campanha quando entra no desespero, produz inimagináveis artimanhas. Ultimamente soube de uma que me deixou estarrecido. Não por seu conteúdo, que por sinal não tomei conhecimento e caso tivesse oportunidade não demonstraria a mínima curiosidade. Mas sim, velo valor cobrado por sua divulgação. Penso com meus botões e de uma forma muito particular, o que o desespero consegue gerar para que uma pesquisa de fundo de quintal seja divulgada, com total desprezo pelo bom senso. Considerando a irresponsabilidade de quem a produziu e o desespero de quem pagou por ela. Nos últimos trinta anos em momento de ano eleitoral, tenho trabalhado com pesquisas políticas que embora sejam elaboradas com total profissionalismo não podem ser divulgadas ao público, muito menos em qualquer órgão de divulgação. Não sou, nem pertenço a nenhum instituto de pesquisa credenciado a divulgar esse trabalho. O que produzo é do interesse exclusivo de quem paga pela elaboração da pesquisa. Acredito muito na aplicação de uma metodologia bem aplicada que consegue revelar as intenções de inúmeras pessoas, no momento em que são aferidas. Apenas isso, pois a medida que as coisas acontecem, tudo pode mudar completamente. A priori, acredito em todo instituto que aplica metodologias eficientes e bem aplicadas, mas jamais no resultado que divulgam para a imprensa. Esse resultado é sempre manipulado, por interesses muito óbvios. O que de fato me surpreendeu nessa malfadada pesquisa é o que cobraram por ela. Por experiencia própria, esse valor não quitaria nem a equipe de campo que teria que deslocar-se por inúmeros bairros periféricos e pela zona rural. Que precisa de equipamentos, alimentação, transporte e comunicação constante e que necessita ser remunerada a altura de seu trabalho, para que não haja dúvidas sobre o resultado. Já é possível imaginar que isso tudo não é barato e que demanda um esforço e um profissionalismo muitíssimo especial. Caso contrário, qualquer um com mínimo conhecimento poderia realiza-la, por ser uma tarefa aparentemente muito simples. Ou seja, basta perguntar, ouvir e anotar. Todavia, a coisa é muito mais complicada e exige treinamento, disposição e um árduo trabalho de tabulação de dados e gráficos. Pode ser onerosa, mas enfim, o que um candidato consideraria caro se tivesse a oportunidade de saber por antecedência se existe chance real ou se é o momento de recolher o carro? Guto de Paula